segunda-feira, 18 de julho de 2011

O recomeço

A volta dos alunos nos trouxe um pouco de alegria. Como é bom ver aquelas carinhas eufóricas pelo recomeço, ouvir a algazarra dos corredores e a agitação do intervalo. A escola tem vida novamente. E o tempo é o senhor do destino.

Bom retorno a todos!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A Educação está de luto

O magistério catarinense chora e a ferida aberta sangrará por muito tempo. Difícil viver em um estado onde seus professores são tratados como escória.
Um salve aos três grandes poderes: Executivo, Judiciário e Legislativo pelo assassinato da Educação Pública Catarinense.
Estou de luto!! E se me perguntarem quem morreu, eu vou responder bem baixinho que foram os sonhos, que é pra não assustar as crianças.

Um Guerreiro Público

HOMENAGEM AO MOACIR PEREIRA

Há muitos guerreiros anônimos espalhados por todos os redutos de nosso estado, mas um deles, em especial, tem nome e sobrenome: Moacir Pereira. Descoberta interessante ao pesquisar o significado do nome Moacir: aquele que magoa e faz sofrer, pois, ao contrário, defini-lo-ia como bálsamo para as dores provocadas pela injustiça e opressão.
Esse nobre jornalista abraçou com paixão a causa do magistério catarinense e de maneira singular abriu espaço para que pudéssemos expor nossas realidades, angústias, sonhos, medos e ideais. Penso que esta foi a primeira vez, que nós educadores, tivemos uma voz tão forte falando em nosso favor.
Em muitos momentos a nossa fonte de informação, “está no blog do Moa”, começamos a chamar assim depois de um tempo, intimidade de amigos. Em outros momentos o nosso conforto e nosso alento, tão importante saber que em outros cantos, pessoas têm pensamentos parecidos. Em vários momentos choramos e nos emocionamos ao ler tantas histórias tristes e e ao mesmo tempo , verdadeiras, mas também pudemos rir e nos divertir com tamanha criatividade dessa gente que luta. Assim fomos ajudando a construir um blog recordista.
Mas aí, o guerreiro público já havia se rendido às graças da Educação e como um professor apaixonado pelo que faz, usava seu tempo livre em horas-atividades, trabalhando, por vezes mais de 17 horas diárias, contribuindo para aquilo que chamamos de a maior aula de cidadania que Santa Catarina já teve. E, incansável, continua à luta, quando muitos dos nossos já desistiram. Mas enquanto houver uma voz ainda há esperança, enquanto houver um guerreiro, público ou anônimo, ainda há no que acreditar.
Obrigada Guerreiro Público por combater ao nosso lado!

sábado, 9 de julho de 2011

Texto da Silvia, ATP em Criciúma

Silvia, Assistente técnico-padagógica de Criciúma está divulgando este texto.
Nós que fazemos parte da Educação sabemos o quanto ele é verdadeiro.
Vocês pais também devem saber! Não é só à aulas que seus filhos têm direito, à uma EDUCAÇÃO de QUALIDADE TAMBÉM!



“Governo garante que as aulas em todas as escolas serão retomadas a partir de segunda-feira”, esta foi a manchete apresentada no RBS Notícias na sexta-feira, 08/07. No mesmo jornal, o Secretário de Educação, Marcos Tebaldi, afirmou que “ A idéia é que a partir de segunda-feira, a gente traga todos os alunos pra dentro da sala de aula e que dê aula. Se faltar um professor, a gente vai substituir e que de agora até o final do ano, a escola não faça outra coisa a não ser dar aula.... Não vai ter hora atividade, não vai ter prática esportiva...”

Mais uma vez, o governo dá mostras visíveis de sua total falta de capacidade para articular, negociar e propor soluções. Desde que a greve começou, o governo tem apresentado à mídia, fatos que não estão de acordo com a verdadeira realidade. Esse é mais um. Pergunto a vocês: se já havia falta de professor para atuar em sala de aula, antes de a greve começar, onde este governo conseguirá professor habilitado e em número suficiente para suprir a ausência daqueles que estão lutando por seus direitos? Como o governo conseguirá manter sua credibilidade perante a opinião pública, quando, na segunda-feira, os pais constatarem que seus filhos continuarão sem aulas, mesmo que o governo tenha afirmado que as aulas seriam retomadas? Será que o Secretário da Educação, que é médico sanitarista, sabe o que é HORA ATIVIDADE? Acredito que não, pois se soubesse, jamais teria afirmado que “ não vai ter hora atividade”. Pergunto ainda, será que ele sabe o que é um currículo? O que são ações pedagógicas diversificadas? Será que a prática desportiva deixou de fazer parte do currículo e ninguém nos avisou? Tudo aquilo que aprendemos durante nossa formação e nos cursos de formação continuada, que a aprendizagem pode ocorrer em diferentes espaços e não necessariamente em sala de aula, também não vale mais?

E eu, como trabalhadora do magistério e cidadã catarinense me pergunto: O QUE SERÁ DA EDUCAÇÃO DO NOSSO ESTADO?



Silvia Aparecida da Silva de Souza

ATP- Criciúma.



quinta-feira, 7 de julho de 2011

Que será de nossas crianças?

Sou educadora e continuo em greve. Sabem por quê? Porque me sinto lesada por terem usurpado meus direitos. Eu tinha uma Lei Federal 11.738 que garantia o piso nacional do magistério que em seu art 6º cita o Plano de Carreira, eu tinha uma decisão do STF que diz que esse piso é vencimento básico, eu tinha um Plano de Carreira fundamentado na Lei Complementar 1.139. E nada disso valeu.
Acatarão as decisões judiciais de devolução do pagamento? Não creio, nem se for o Supremo Tribunal Federal que decidir. Alguém aí lembra por que a greve começou? Pelo não cumprimento de uma decisão da própria Suprema Corte.
Infelizmente alguns professores voltaram pras salas de aula, cansaram da luta, ficaram com pena das crianças, sentiram a tristeza do “modesto” salário descontado e do não ter recursos para honrar seus compromissos. Ou simplesmente mudaram de idéia e passaram a acreditar que o que pleiteavam era muito. Não os julgo, cada um sabe de seus poréns.
Eu, porém, me sinto em um estado sem Leis e olha que elas existem, tenho medo de duvidar até disso um dia. Onde está a justiça se um governante pode fazer o que bem lhe convém? Acho que terei que esperar pela providência divina. Espero que Deus não viaje tanto, não use de tantos subterfúgios e tenha a Educação como uma de suas prioridades.
O que mais me choca é saber que somos titulados de intransigentes porque ainda não voltamos para nossas escolas, amargando nossa humilhação. Dá dó dos alunos? Dá mesmo, mas ainda se tivermos que ensiná-los que só cumpre lei quem for subalterno, empregado, porque se for mandante, patrão não precisa. Eu prefiro continuar a luta, porque acredito na Educação e porque sei que ter os professores e alunos em sala de aula não é indicativo de qualidade. Precisamos de professores satisfeitos e motivados, alunos interessados, famílias participativas da vida escolar de seus filhos, estrutura física adequada, além de políticas públicas que garantam a real melhoria do ensino.
Por favor, não desvirtuem o nosso movimento dizendo que é uma greve política, não sou filhada e nem simpatizante de nenhum partido político e o “P” que eu defendo é de “PROFESSOR”. Acredito que ainda haja no movimento muitos que pensam como eu. E se há pessoas que se aproveitam da situação a culpa não é nossa.
Concluindo gostaria de lembrar à sociedade que ainda há crianças que sonham em ser professores, ontem mesmo minha prima de 8 anos me disse isso. Seguindo o conselho de Shakespeare, fiquei sem graça de responder-lhe “que os sonhos são bobagens e que não devemos acreditar neles” então lhe disse apenas que quem sabe até ela crescer seja dado aos professores o seu devido valor. Ou será que eu devia ter dito pra ela desistir da idéia?

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Caminhada de Luzes dia 27/05/2011

Passeata, com velas, com objetivo de chamar a atenção da população videirense para a importância do momento que a Educação Catarinense está vivenciando.



Os professores estão nas ruas reinvidicando valorização profissonal. Presença também, de alguns pais e alunos.





Em todos os períodos da história humana se constata um lado de ‘trevas’ e outro de ‘luzes’.

A Idade Média foi compreendida como uma época de retrocesso do pensamento, de atraso intelectual, científico e cultural. Parece estarmos vivendo num tempo semelhante.
Assim como os renascentistas tratam a Idade Média como Idade das Trevas, em oposição às Luzes, simbologia do esclarecimento e autonomia da razão, Kant também se referiu à esse período como da menoridade intelectual, condição que o homem comum estava submetido a uma teologia que lhe dava todo o conhecimento como revelado e ‘interpretado’ com exclusividade pelo clero, tutelando o entendimento e refletir do povo.
A caminhada de luzes tem a intenção de iluminar as idéias dos parlamentares e governantes para que acabem logo com esse entrave na sociedade: OS PROFESSORES QUEREM TRABALHAR COM SALÁRIOS JUSTOS E DIGNOS.
Daí as VELAS... simbolizando a valorização do CONHECIMENTO.



Imagens Elis Regina Fiorese
Texto Vera Schiochet, Vania Orso e Maria Isabel

sábado, 28 de maio de 2011

Guerreiros Anônimos

Guerreiros anônimos pelas ruas e praças de nosso estado escrevem páginas da história. Vidas entrelaçadas pelo mesmo ideal: a valorização de uma carreira de um, dez, vinte ou trinta anos, não importa quantos, dedicada à Educação. Heróis do cotidiano, muito mais que professores, são pais, mães, amigos. Muito além de ensinar, muitas vezes são bálsamo para as mazelas da sociedade.

Reconhecimento? Um cartão e um versinho, quem sabe no “Dia do Professor”. Mas dia do professor não é todo dia? Ou será que só precisam de um mínimo para sobreviver? Um vale-fome de R$ 6,00 e um Prêmio Educar, o qual não lhes é devido nas férias? Ficam aí os questionamentos, porque a intenção do texto não é reclamar e sim exaltar esses, que hoje se aglomeram nas praças, ruas e avenidas soltando o grito, há muito contido na garganta. Pedindo para serem ouvidos e serem vistos. E a algazarra que fazem, não é nem um terço daquela que aguentam em suas salas de aula no decorrer do ano letivo.
Se suas lições são sobre cidadania, ética e justiça, hoje as lecionam na prática e para quem quiser assistir. Há quem vá dizer que a aula não é interessante e que greve é coisa para desocupado, mas não sabem eles, o quão difícil é lutar por um direito que se é negado, o quão doloroso é deixar de lado a rotina e aquilo a que se está acostumado para viver na incerteza se haverão dias melhores.

E diante de tanta garra, de tantas histórias de luta e de espírito de coletividade de milhares de colegas pelo estado a fora, mais do que nunca, sinto orgulho em ser Professora!

Professores, continuemos firmes, pois o nosso maior patrimônio é nosso conhecimento. E nossa batalha é pelo cumprimento da lei!

Texto publicado também no blog do Moacir Pereira, colunista do Diário Catarinense:

http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/2011/05/27/guerreiros-anonimos/?topo=67,2,18,,,67